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Estudos comprovam que microperfurações em embalagens alimentícias garantem maior durabilidade aos produtos, reduzindo a propagação de micro-organismos nesses alimentos

Publicado em 01/10/2021

Ao levar um alimento embalado para casa, nenhum consumidor espera se deparar com surpresas desagradáveis ao abrir o produto, como danos causados por armazenamento incorreto ou a presença de micro-organismos que inviabilizam seu consumo. O problema também gera dor de cabeça para a indústria de alimentos, afinal, diminui o tempo de prateleira desses produtos e causa perdas econômicas.

Este é um desafio para a indústria do setor: garantir embalagens cada vez mais adequadas e seguras para evitar exposição dos alimentos ao calor, luz, poeira ou água, situações que aumentam a chance de proliferação de micro-organismos.

A boa notícia é que já existe tecnologia disponível para isso, os chamados microfuros. Quando aplicados corretamente, eles funcionam como uma espécie de válvula que permite a saída do ar quando o pacote é pressionado. Essa solução garante maior eficiência no enfardamento e reduz a perda de espaço, de alimentos e também de pacotes.
 

Como funcionam as microperfurações em embalagens de alimentos?

A solução a partir de microfuros surgiu justamente da necessidade de retirar o ar dos pacotes de maneira eficiente. Por isso, as microperfurações funcionam como uma válvula pela qual o ar deve sair, mas não pode entrar para não prejudicar a qualidade do alimento, e ainda otimizar a eficiência dos pacotes.

"Essa solução é indicada para qualquer tipo de alimento, mas os mais comuns são grãos de arroz, feijão, farináceos e açúcar. A tecnologia é empregada em pacotes formados a partir de filme plástico de polietileno", explica Eduardo Arndt, Gerente de Engenharia da Selgron, empresa especializada na fabricação de equipamentos para diversos segmentos do agronegócio.

Há mais de 3 anos, a Selgron desenvolveu uma tecnologia própria para microperfurações para oferecer soluções adequadas para a indústria "Esse microfuro feito pela Selgron foi objeto de um estudo bastante aprofundado em nossos laboratórios, resultando em uma geometria que permite o funcionamento das microperfurações como se fossem, de fato, uma válvula", completa.
 

Resultado dos estudos

Grande parte das indústrias fabricantes de grãos e farinhas se utilizam da prática de microperfurações nas embalagens na hora do empacotamento, devido às dificuldades na arrumação na exposição dos mercados. Além disso, alguns varejistas, para solucionar o problema, perfuravam as embalagens de forma inadequada, deixando o produto exposto e gerando perdas econômicas, além do risco à saúde do consumidor. Mas, quando feitas pelo fabricante de forma controlada e com tecnologia adequada, essas microperfurações trazem vantagens. É o que demonstrou um estudo realizado pelo Laboratório do Instituto Senai de Tecnologia Química e Meio Ambiente da Firjan - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. O laboratório desenvolveu um protocolo analítico para avaliar se a presença de microfuros nas embalagens poderia contribuir para a deterioração do produto. Para isso, foram analisados os aspectos macroscópicos, microscópicos e microbiológicos dos alimentos embalados com e sem microfuros.

Foram testados alimentos como milho, fubá, sal refinado, farinha de mandioca e ervilha. Os resultados mostraram que todos os alimentos testados estavam de acordo com as legislações vigentes, no entanto, foi observada uma tendência de aumento na contagem de microrganismos na farinha de mandioca e ervilha que foram embaladas sem as microperfurações.
A pesquisa concluiu que a presença dos microfuros nas embalagens não deixa os alimentos mais suscetíveis à contaminação e que, ainda, contribuem para a manutenção das condições adequadas do armazenamento desses produtos.

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